Postado em 20/abr/2020
A pandemia do SARS-CoV-2, o novo coronavírus que é responsável pela doença Covid-19, tem desafiado todos os sistemas de saúde do mundo. Sabemos que os portadores de doenças crônicas como diabetes, hipertensão, asma e indivíduos acima de 60 anos, são os mais propensos a ter complicações e por isso estão enquadrados no grupo de risco.
Porém, um relato emitido pelo governo britânico, indica que pode haver uma relação entre a obesidade e as formas mais graves de infecção pelo novo coronavírus. Segundo o estudo liderado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Auditoria em Terapia Intensiva do Reino Unido, sete em cada dez pacientes com coronavírus em UTIs no Reino Unido são obesos.
A obesidade é uma doença crônica, recidivante e progressiva que atinge no mundo inteiro 600 milhões de adultos e 100 milhões de crianças, provocando 4 milhões de mortes por ano.
No Brasil, mais da metade da população já está acima do peso corporal, e a obesidade acomete um em cada cinco habitantes. No início da pandemia, a relação entre essas duas doenças passou despercebida, provavelmente por a obesidade não predominar na China como em outros países.
Os múltiplos fatores que aumentam o risco de pessoas acometidas com obesidade perante o Covid-19, são outras doenças metabólicas como hipertensão arterial e diabetes tipo 2, ambas são fatores de risco para as formas mais graves do novo coronavírus. Além do mais, sabemos que as pessoas obesas, com índice de massa corporal (IMC) maior de 40 kg/m2 estão mais sujeitos a ter complicações de gripes comuns, e mesmo quando estão vacinados tem uma proteção diminuída contra o vírus influenza.
Se levarmos em consideração o cálculo de que 5% dos pacientes infectados pelo Covid-19 irão precisar de terapia intensiva (UTI), mostra que a situação para o paciente com obesidade grave é pior. Nos hospitais faltam leitos apropriados para essa parcela da população, a intubação se torna mais difícil e na maioria das vezes não tem aparelhos de imagens disponíveis que comportem pessoas acima do peso.
Além das UTIs, o Covid-19 apresenta outros obstáculos para quem é obeso. Segundo a Federação Mundial de Obesidade as medidas de isolamento social presentes na maioria dos países, apesar de necessárias podem agravar os problemas como estigmatização social e depressão enfrentados pelos obesos. O aumento do sedentarismo e a maior procura por produtos não perecíveis, podem agravar ainda mais os problemas de saúde e o controle do peso de pessoas mais vulneráveis.
Sendo assim, além de respeitar as orientações de isolamento e higiene contra o contágio do vírus, é importante que as pessoas continuem se alimentado de forma saudável, se hidratando, dormindo bem e praticando exercícios dentro de casa. Essas ações ajudam a fortalecer a imunidade e manter inúmeras doenças longe.